A cooperação entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e a Sociedade Max-Planck da Alemanha foi formalmente estabelecida há quase 60 anos, no início dos anos 1960, entre os Professores Djalma Batista e o Limnólogo alemão Harald Sioli, sendo, indubitavelmente, uma das mais antigas cooperações entre institutos científicos brasileiros e alemães. O Dr. Harald Sioli veio ao Brasil pela primeira vez em 1938, para trabalhar em cooperação com o Instituto Biológico de São Paulo. A partir de 1940 realizou seus primeiros trabalhos na Amazônia, tendo sido contratado no período de 1945 a 1955 pelo Instituto Agronômico do Norte, atual Museu Paraense Emílio Goeldi, e de 1955 a 1956, pelo recém fundado INPA, onde chefiou o então existente Departamento de Limnologia. Em 1957 o Professor Sioli retornou à Alemanha, para assumir a posição de chefe do Instituto Max-Planck de Limnologia, em Plön onde, em 1966, fundou o Grupo de Trabalho em Ecologia Tropical (MPI-GET), cujas atividades foram desenvolvidas no âmbito da cooperação com o INPA/Manaus. De 1976 a 1984 o Dr. Sioli atuou como orientador do Curso de Biologia de Água Doce e Pesca Interior do Programa INPA/UFAM de Pós-graduação, ministrando a disciplina Limnologia.
Desde sua volta para a Alemanha, em 1957, o Dr. Sioli manteve uma rotina de vindas à Amazônia, dando continuidade aos estudos que hoje se constituem nos trabalhos clássicos da limnologia e tipologia das águas amazônicas. Não por acaso, o Professor Harald Sioli é considerado o Pai da Limnologia Amazônica. Em 1966, o Dr. Sioli, em consonância com o então diretor do INPA, promoveu a vinda de um aluno alemão, Wolfgang Johannes Junk, para realizar seu trabalho de campo de doutorado com a vegetação de macrófitas aquáticas da várzea amazônica. O Dr. Junk permaneceu na Amazônia desde então, voltando para a Alemanha apenas em meados da década de 1980, com o objetivo de substituir o Dr. Sioli na Coordenação do Grupo de Trabalho em Ecologia Tropical do Instituto Max-Planck de Limnologia, Plön.
Durante sua permanência na Amazônia o Professor Junk foi funcionário do INPA (1975-1980), período no qual criou o curso de pós-graduação “Peixe e Pesca”, atual Programa de Biologia de Água Doce e Pesca Interior do INPA. Desde seu retorno para a Alemanha, o Dr. Junk mantém uma intensa atuação científica na região na qualidade de contrapartida de projetos, consultor, professor e orientador em cursos de Pós-graduação, com uma rotina de 3 a 4 visitas anuais, para ministrar palestras, estabelecer discussões científicas, participar de excursões e redigir trabalhos com os parceiros brasileiros.